A MULHER E O CAMPO CIENTÍFICO: UM CAMINHO DE EMBATES QUE REVERBERAM NO SÉCULO XXI

Marina Silveira Lopes, Kewlem Fabiana dos Anjos de Moraes, Joilton Luiz dos Santos

Resumo


A ciência, ao longo da história da humanidade, sobretudo na Modernidade, foi marcada por muitas conquistas e descobertas sempre ligadas ao gênero masculino, seja pela ausência de mulheres nesse ramo, ou, pela maquilagem da participação delas. Neste sentido, o gênero feminino foi sempre desconhecido em relação a grandes feitos, e foi restrito às funções do lar. Excluídas de toda forma de ensino, o único incentivo dado às mulheres se remetia a área doméstica. Contudo, após tanta relutância em lhes atribuir espaço, mesmo relegadas, diversas mulheres ao longo da história o conquistaram. No entanto, ao final da Idade Média o processo restritivo se afunilou, e ganhou maior intensidade no século XIX, quando nem participações ínfimas em atividades cientificas eram permitidas, firmadas sob o manto de teorias biológicas, salvo as exceções. Explicações escusas, apoiadas pela religião e determinismo biológico, aliado ao comportamento machista, levaram as mulheres a um processo de invisibilidade, os quais veladamente ainda persistem no seio da sociedade do século XXI. Nesta perspectiva, objetiva-se apresentar a trajetória histórica da mulher na ciência, sob o foco de apontamentos pontuais desse processo, com ênfase na modernidade e em movimentos feministas do século XX. Desse modo, este estudo se apoia na revisão bibliográfica da temática, focando descrições, registros e apontamentos feitos por autores, que desnudam os papeis desenvolvidos pelas mulheres e as suas dificuldades de ingresso na aérea de ciências.

Palavras-chave


Gênero Feminino; Ciência; Comportamento Machista; Determinismo biológico

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